No início do mês de agosto, uma postagem de nota de pesar publicada na página do Programa Livre Notícias (facebook), chamou a minha atenção por dois motivos, primeiro, porque por diversas vezes em 2021 e 2022 no percurso de casa para o trabalho me deparei com a pessoa que agora estava sendo noticiada, e segundo pela descrição da legenda que anunciava o falecimento do “Senhor dos cachorrinhos”. Confesso que desconhecia que o mesmo era popular assim na cidade, porém, era exatamente dessa maneira que eu o classificava quando o encontrava com sua bicicleta e os lindos cãezinhos. Então, pensava: “Lá vai o senhor dos cachorrinhos”.
A conexão, o amor e o carinho do tutor de cabelos brancos pelos seus dois animais, tocava minha alma, pois, em meio a tanta falta de amor e humanidade que temos presenciado nos últimos tempos, ver uma cena tão calorosa pela manhã, alegrava meu coração e tornava o dia mais leve e feliz.
A página que publicou a nota de pesar, em um trecho dizia: “Muito conhecido como o Senhor dos Cachorrinhos, pois andava rotineiramente com dois cachorrinhos na cesta da bicicleta pela orla e comércio local. Chamava atenção por seus animais serem sempre muito obedientes e por andarem sem coleira, guia ou focinheira, sempre muito próximo do tutor”. Creio que essa descrição realmente retratava como a população o enxergava.
Somente quem ama os animais consegue explicar esse sentimento tão intenso e gratificante. É um amor imensurável, incondicional e do fundo do coração. Principalmente no caso dos cães, que de melhor amigo do homem passou a ser um integrante da família. Essa convivência tornou rotineiro o hábito de andarmos pelas ruas das cidades e assistirmos pessoas passeando com seus pets, a exemplo do “Senhor dos cachorrinhos”.
O relacionamento entre humanos e animais, muitas vezes supera vínculos de amor entre irmãos, amigos, colegas e até alguns laços familiares que deveriam ser mais estreitos, pois, para o animal não interessa se o tutor é rico ou pobre, bonito ou feio, se tem uma mansão ou um barraco, eles simplesmente amam.
O amor incondicional é um sentimento nobre, que todos os animais de estimação transmitem para nós. A única coisa que eles querem dos seus donos é carinho e atenção, e isso basta para eles se sentirem felizes e amados. Nós deveríamos aprender mais a amar desse jeito, porque com certeza seríamos mais felizes!
O “Senhor dos cachorrinhos” partiu para uma outra dimensão, mas com certeza seu legado de amor permanecerá na memória de todos que estavam habituados a encontrá-lo com os seus dois anjos de quatro patas que hoje devem estar sentindo uma enorme falta do seu tutor amado, porém, de alguma maneira tenho certeza que eles ainda se encontrarão, afinal, como disse José Moinaut: “A alma de um cão fiel vai ao céu para alcançar o ser que ama”.
Que possamos ter no mundo mais senhores e senhoras dos cachorrinhos!
Até a próxima!
Wantuyr Tartari