Dependendo o grau de exagero, a vaidade pode ser considerada como um dos “pecados capitais”, pois pode prejudicar a existência do ser humano. Porém, a vaidade em si não é algo extremamente negativo. Sob medida e de um ângulo positivo, ela faz com que cuidemos de nós mesmos, que tenhamos acanhamento de sair pelas ruas maltrapilhos, sujos ou desarrumados. Mas ser vaidoso é muito além de querer cuidar da aparência. O problema é quando se sobressai a outras virtudes, uma pessoa vaidosa ao limite quer ser admirada em diversos sentidos.
O vaidoso excessivo tem dificuldade de respeitar opiniões diferentes, ele entende que quem não concorda com ele é porque não o aprecia. Ele precisa de uma plateia o aplaudindo, só assim a pessoa não se sentirá rejeita. Quando o vaidoso se sente ignorado ou ameaçado, se amargura ou mesmo fica agressivo e desorientado. Uma coisa é fato, só não se pode ambicionar que essa pessoa reconheça sua dependência da vaidade e da aberração de sua conduta, já que o sentimento extremo dessa característica a impede de distinguir isso.
A pessoa vaidosa nunca enxerga falhas em si mesma, ela busca sempre o erro nos outros, ou seja, se alguém não a aprecia, é essa pessoa que tem um problema e precisa se tratar e não ela.
Perdoar então, é uma palavra que não existe em seu dicionário, pois o vaidoso entende que manter sua opinião, é questão de personalidade e por conta desse exagero, todas as possíveis ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas. Mas os prejuízos que causa aos outros são sempre pequenos. Além disso, tem a doce ilusão de que os outros perdem noites de sono refletindo sobre seus feitos, pois sempre seacha o centro das atenções.
A internet em alguns momentos corrobora com a disseminação da vaidade, pois funciona como um palco virtual. Entendo que, quem tem tamanha necessidade de se posicionar demasiadamente, padece de autoestima, ou melhor, tem um alto grau de complexo de inferioridade e carência afetiva.
Acredito que a vaidade existe em todas as pessoas. Alguns deixam aflorar mais, outras menos, porém o equilíbrio é necessário, pois vaidade extrema é um defeito, mas a falta dela também.
Um dos motivos que me inspirou refletir sobre a vaidade, foi um fato que ocorreu durante o Big Brother 22, quando uma participante que tem a mídia como profissão, usou da caridade para permanecer no programa e ser a possível vencedora, dizendo que se chegasse a ser a campeã do programa, doaria o prêmio. Após ver inúmeras matérias sobre o ocorrido, comecei a analisar; O que faz uma pessoa usar a caridade como moeda de troca? Será ambição ou uma maneira de chamar a atenção para ter espectador? A intenção pode até ser boa, porém, sempre aprendi que quanto mais a pessoa agir no silêncio do coração, mais valoroso se tornará como ser humano. Mas a atitude da participante não terminou por ai, ao fi nal ainda desejou e fez campanha para a saída do seu suposto desafeto, exaltando com essa atitude, a sua vaidade extrema, por não concordar com o brilho e desenvoltura do outro participante.
Machado de Assis, muito sabiamente uma vez disse: “A vaidade é um princípio de corrupção”.
Que tal pensarmos nisso?
Até a próxima!
Wantuyr Tartari