Nesta semana de 22 até o dia 26 de agosto, o Estado de São Paulo promove uma ação de enfrentamento ao escorpião. Em Presidente Epitácio o objetivo é alertar a comunidade de medidas que possam colaborar para a diminuição do número de escorpiões.
O avanço do desmatamento, a construção desordenada, a elevação da temperatura e a produção exagerada de lixo são condições que propiciam sua proliferação. Do ponto de vista biológico, a espécie Tityus serrulatus — conhecida como escorpião amarelo — tornou-se o protagonista dos acidentes que terminam em picadas por ter entre suas habilidades a fácil adaptação a todos os tipos de ambiente e sua reprodução ser por partenogênese (crescimento e desenvolvimento de embrião sem fertilização), já que só existem escorpiões amarelos fêmeas. A reprodução é rápida e pode gerar muitos filhotes.
Por ser uma espécie oportunista que se favorece da atividade do homem, esse tipo é o mais comum e pode ser encontrado tanto em bairros nobres quanto nos mais pobres. A composição química de seu veneno é altamente tóxica, e, por isso, é considerado um dos mais perigosos. “Como o escorpionismo (acidentes com escorpiões) é um problema complexo, não tem solução única”.
Como evitar escorpiões:
Têm predileção por ambientes escuros, quentes, úmidos e que tenham insetos — especialmente baratas, alimento favorito do aracnídeo. Por isso, podem ser encontrados em subsolo de edificações, construções inacabadas, entulhos, terrenos baldios, cemitérios, forros, ralos e caixas de esgoto nas casas, e os acidentes são mais comuns no verão.
O ideal é evitar ambientes assim, não acumular materiais de construção — como vigas, telhas, tijolos, entulhos em geral e manter a casa e quintal sempre limpos. O importante é focar nos quatro “As”: acesso, abrigo, alimento e água. Para o Acesso, é preciso verificar como o escorpião chegou na casa: pela rua, pelo ralo, tem um terreno baldio próximo? A permanência do animal na casa só vai ocorrer se ele tiver onde se abrigar (como frestas de paredes, cantos de armário, entulho), alimento e água. Evitar focos de umidade e manter as áreas limpas sem restos de comida, incluindo a de animais, que possam atrair baratas, são fundamentais.
Onde buscar ajuda depois da picada?
Quando o indivíduo é picado, deve procurar um serviço de referência com soroterapia para acidentes com animais peçonhentos, além de realizar a analgesia adequada. Os sintomas variam de acordo com o tipo de escorpião, a quantidade do veneno inoculada e massa corporal do paciente. Em crianças e idosos, os sinais são mais graves. A dor da picada é muito intensa e o local pode inchar, ficar vermelho, além de pequenos tremores no local. Depois que o veneno entra na corrente sanguínea, ele pode causar aumento da temperatura, dor de cabeça, elevação da frequência cardíaca (arritmia) e falta de ar. O vômito é um indicativo da gravidade.
O soro é um antidoto para o veneno e a quantidade recebida pelo paciente depende da classificação do tipo de acidente: leve, moderado ou grave, por isso é importante buscar ajuda no Pronto Socorro imediatamente. A recomendação é que após o atendimento médico, os órgãos de saúde sejam comunicados sobre a presença do aracnídeo na região para que sejam adotadas ações de prevenção.