O vitimismo é uma mania de assumir, na vida, a postura de mártir sofredor. Dele surge a tendência para culpar os outros (o amigo, o rival, os irmãos, os eleitores, a sociedade, a vida, o mundo) e fazer deles os responsáveis pelos próprios infortúnios. Dele surgem as vestes de autodefesa que não permite relaxar e viver de modo saudável a relação com os outros e com ele mesmo. Com esse sentimento vem a impressão sempre absurda e impossível de que não precisam mudar, pois outros é que estão errados. O vitimismo destrói na pessoa a autocrítica, o discernimento e a capacidade de avaliação racional das situações. Uma pessoa com essa característica é mestre em matéria de distorção da realidade, parece viver no mundo de “Alice no país das maravilhas”, e dessa maneira muitas vezes manipula a situação. Esta condição permite criar uma espécie de imunidade que faz parecer que tudo o que ela (a vítima) diz é verdade e que tudo o que ela faz é bem intencionada.
É comum observarmos nas mídias sociais, pessoas se lamentando que estão sozinhas, que não tem apoio, que pensam no coletivo e não são valorizadas. Costumam ainda acreditar que debocham dela. Tudo isso para chamar a atenção e tentar um aplauso mesmo sem mérito.
Geralmente, as pessoas que são vítimas de si mesmas tendem a não entender ou assimilar que para toda ação existe uma reação. Assim, a responsabilidade de seus atos e, principalmente, resultados ruins são atribuídos a fatores externos ou a outras pessoas.
Para se livrar desse sentimento é preciso superar frustrações, assumir culpas e incapacidades. O primeiro passo é reconhecer que se comporta dessa forma e ter realmente vontade de agir de outra maneira. Pouco a pouco, é importante aprender a se responsabilizar pelas suas escolhas, aprender a pedir desculpas quando erra e parar de culpar os outros por tudo que acontece com você.
Vejo o vitimismo como uma espécie de manipulação, uma estratégia psicológica para que as pessoas concorde com você apenas por piedade, tática esta, usada por indivíduos que são incapazes de realizar um grande feito e obter êxito. Normalmente o discurso desta pessoa é no sentido de desclassificar os argumentos de seu adversário. Na realidade, não faz afirmações com fundamentos claros, na verdade nunca se prepara para o que vai falar ou defender, costuma agir pela emoção e empolgação, sem se apropriar da veracidade e consistência dos fatos.
Pessoas com a chamada “síndrome de vitimista”, podem ter sido uma criança mimada que emburrava quando não ganhava o que pedia para os pais, ou ainda que arrumava confusão na escola, mas em casa mudava de comportamento, para que os pais entendessem que a culpa não era dela. Só sei que nunca, em toda minha infância, minha mãe interveio em algum problema que tive com alguém na escola, na rua, no trabalho ou durante as férias. Porque isso de envolver os pais, tios(as), esposo(a) pra resolver seus problemas não se faz, todo mundo sabe disso, pois a situação não pertence a terceiros, isso é uma questão de maturidade e honra.
Ubaldo Santos de Jesus, resume em uma frase o perfil do vitimista: “Uma das principais características daquele que agride, é querer sempre se fazer de vítima, pois ele jamais admite ser de fato o agressor”.
Você conhece alguém com essas características? Eu conheço, mas não tenho paciência!
Até a próxima!
Wantuyr Tartari