Os animais que vivem nas ruas sofrem com as baixas temperaturas. Os pelos protegem o corpo, mas não são suficientes para suportar o frio que está cada ano mais rigoroso, por isso devemos pensar em aquecer os animais vulneráveis, pois eles também sentem frio.
Uma dica para quem deseja ajudar a diminuir o número de animais nas ruas, é adotar e não comprar, mas se você não tem espaço, condições ou não deseja se comprometer, uma solução viável é oferecer abrigo temporário, especialmente durante o período da noite. Coloque casinhas com material reciclado nas ruas, caixas de papelão com proteção plástica, jornais, cobertas usadas e roupinhas confortáveis, principalmente quando se tratar de filhotes ou animais idosos. A preocupação com o aquecimento do animal também vale para aqueles que estão sob tutela de famílias, mas que ficam no quintal e não no interior da residência. Neste caso, providenciar cobertores e refúgios em locais aquecidos são ações básicas para garantir a saúde de seu pet, afinal, há muito tempo eles deixaram de ser o melhor amigo do homem e passaram a ser um membro da família.
Tenho hábito de fazer uma reflexão sobre as mudanças culturais que vivenciei nas últimas décadas. Sempre me recordo que nos anos 80 e 90, os pets que habitaram na minha residência, viviam apenas no quintal e se alimentavam dos restos que sobravam das nossas refeições. Subir no sofá ou deitar nas camas da casa era algo fora de cogitação. Apenas o amor era igual, mas o tratamento era totalmente diferente.
Hoje os cuidados com os pets são prioridades nas famílias, que prezam por uma alimentação saudável, saúde e conforto para os animais. Não é à toa que observamos um avanço significante no número “Pet Shops”, clinicas e feiras especializadas nesses cuidados com os nossos amigos de quatro patas. Até mesmo hotéis exclusivos para os pets é possível encontrarmos em algumas cidades.
O fato é que alguns tem a sorte de encontrar famílias que os acolhem, porém, existe um número muito maior abandonado nas ruas. Sabemos que não é possível recolher todos os animais que cruzam nossos caminhos, mas podemos ajudá-los com ações simples, como por exemplo, oferecer ração quando os encontramos ou ainda adaptar uma peça de roupa para amenizar o frio durante o inverno.
Há algum tempo, desenvolvi o hábito de andar sempre com um pouco de ração e uma garrafa de água no carro, para amenizar a fome e a sede dos que me olham e eu não posso levar para casa.
Infelizmente, existem poucas campanhas para proteção e acolhimento dos animais abandonados, e a situação piora quando percebemos animais mantidos em locais privados, acorrentados muitas vezes ao relento, sem isolamento contra o tempo e, com isso, sem chance de buscar refúgio ou local mais aquecido.
Embora ainda possa melhorar muito as campanhas e olhares para os pets, é possível vermos pessoas empenhadas verdadeiramente em ações concretas, como é o caso de um grupo de amigas de Presidente Epitácio/SP, que perceberam a necessidade de ajudar os animais abandonados e contribuir com atuações em prol do Centro de Controle de Zoonoses do município, pois observaram as dificuldades do quadro funcional em dar conta da grande quantidade de animais existentes no local, dessa maneira, se propuseram a contribuir como voluntárias, dando banho, fazendo lacinhos e dando carinho para posteriormente realizarem feiras de adoção e consequentemente fazer um rodízio, aumentando o número de atendimento. Com esse movimento nasceu o grupo de amigas “Patinhas Carentes”, que com iniciativas louváveis, pouca conversa e muita ação, se mobilizam de maneira espontânea nessa causa nobre, fazendo a diferença na sociedade.
Acredito que todos nós podemos contribuir de alguma forma para amenizar o sofrimento dos animais abandonados, principalmente nesse período de inverno. Não precisa ter dinheiro ou local, basta ter bom coração, vontade e colocar a mão na massa.
Uma vez, li uma frase de Valter Lemes que dizia assim: “Se o ser humano voltar a ser capaz de amar, cuidar e proteger os animais, então haverá esperança para o seu semelhante”. Eu acredito nisso, e você?
Até a próxima!
Wantuyr Tartari